A segurança alimentar é um fator fundamental para construir a confiança do consumidor em uma marca ou produto. Quais aspectos são mais relevantes para os consumidores ao considerar um produto seguro? Quais elementos da embalagem são fatores chave para consumidores que buscam segurança? O consumidor atual está informado e educado sobre a segurança alimentar em relação ao que compra e/ou consome? Neste artigo, exploramos os fatores chave e algumas ferramentas que as empresas do setor alimentício devem considerar para gerar confiança e segurança nos consumidores.
De acordo com o último Relatório Anual de 2017 da Comissão Europeia sobre o Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Rações (RASFF), houve um aumento de 132,57 por cento em produtos da Espanha que desencadearam um alerta alimentar em comparação com 2016. O relatório também mostra que, de todos os alertas emitidos na UE, 6,24 por cento estavam relacionados com a Espanha. Diante desses números, considera-se que a cadeia alimentar europeia é, conforme afirma o “Livro Branco sobre Segurança Alimentar” da Comissão Europeia, uma das mais seguras do mundo.
No cenário previsível de futuros alertas e até mesmo de uma possível crise de segurança alimentar, é fácil para os consumidores perderem a confiança na marca ou produto afetado. Existem ferramentas disponíveis que podem prever ou antecipar essas crises, detectando alertas alimentares e, assim, evitando a perda de confiança do consumidor e, consequentemente, a delicada situação enfrentada pela empresa.
A experiência em crises de segurança alimentar nos ensina que, quando uma crise desse tipo explode na mídia, há uma reação de aversão em massa em relação a outros produtos da mesma categoria que o causador da crise, mesmo que não tenham sido envolvidos, devido ao medo social. Além disso, como mencionado no artigo “Alertas e Contaminação: Percepção do Consumidor sobre Segurança Alimentar”, muitas vezes, por ignorância ou falta de informação, a reação do consumidor a um possível risco de segurança alimentar pode ser descartar o alimento por medo, não comprá-lo ou, ao contrário, subestimar o perigo, resultando em desperdício alimentar desnecessário ou exposição a um risco para a saúde.
Percepção do Consumidor sobre Segurança Alimentar
Os consumidores assumem como certo que os produtos que compram para consumo são seguros para sua saúde, razão pela qual não há uma demanda explícita em relação a este fator nos produtos de consumo. Os consumidores entendem que, se os produtos estão disponíveis no mercado, significa que já passaram por todos os controles e análises necessários para garantir sua segurança no consumo.
Confiança e transparência são duas das recomendações feitas pela EFSA às empresas em suas “Diretrizes de Comunicação de Riscos”. Esses dois fatores são essenciais para garantir a confiança do consumidor e para que, em caso de crises potenciais, essa confiança permaneça inabalada.
Agora, vamos discutir a segurança alimentar em um sentido mais amplo — o que pode oferecer aos consumidores garantia nos produtos alimentícios? Há muitos elementos que transmitem segurança ao consumidor, desde a embalagem que preserva e protege o produto, até a rotulagem.
De acordo com estudos recentes da AINIAFORWARD realizados para diversos produtos, um rótulo claro que especifique todos os ingredientes, uma data de validade visível, entre outros, são demandas e necessidades dos consumidores expressas repetidamente. No entanto, por trás dessa demanda por informação, há uma falta de entendimento sobre certos aspectos, como os números “E” nos rótulos, a utilidade e os benefícios proporcionados pelos aditivos e conservantes, e sua necessidade para a disponibilidade de determinados produtos fora de temporada ou para prolongar sua vida útil, todos fatores exigidos pelos consumidores de hoje.
Não podemos colocar toda a responsabilidade sobre as empresas em relação à segurança alimentar. Se os consumidores tiverem consciência de seguir diretrizes corretas em suas casas no que diz respeito ao armazenamento de alimentos, preparo e outras boas práticas, muitos casos de contaminação cruzada e crescimento de bactérias indesejadas poderiam ser evitados, algo que ainda não é bem compreendido. De acordo com a UNAE: “As estatísticas mostram que aproximadamente metade dos casos de intoxicação alimentar é causada pelo manuseio inadequado de alimentos em casa e, em alguns casos, até pela falta de higiene.”
Rastreabilidade e transparência são elementos que os consumidores estão exigindo cada vez mais, proporcionando segurança e confiança ao comprar um produto. Conhecer sua origem, assim como os tratamentos e processos pelos quais passou, traduzidos em uma linguagem compreensível para o consumidor, é altamente valorizado. Essas práticas não só ajudam a manter a confiança do consumidor, como também aumentam a responsabilidade dos produtores e fornecedores de alimentos, garantindo que os padrões sejam cumpridos e que quaisquer problemas possam ser rapidamente rastreados e resolvidos.
Metodologias de pesquisa de mercado para entender os consumidores e prever mudanças de hábitos e atitudes que podem levar a alertas de segurança alimentar
A maneira mais útil e eficiente de entender os consumidores é coletando informações sobre seus hábitos e atitudes, tanto de forma direta quanto indireta. Através da interpretação precisa do social listening nas redes sociais e canais digitais, podemos detectar sinais que indiquem uma mudança no comportamento dos consumidores digitais.
Essa mudança de comportamento em certas variáveis indica que algo está ocorrendo, e precisamos investigar para entender o problema em profundidade, seja para resolver uma questão ou aproveitar uma oportunidade.
Uma metodologia muito eficiente para entender o comportamento real dos consumidores é por meio dos Processos de Co-criação. Com essa metodologia, interagimos com o consumidor em seu ambiente real, através de nossa própria plataforma online, aproximando-nos de suas casas sem alterar suas atitudes, utilizando técnicas não invasivas. As plataformas digitais são de grande ajuda nesse tipo de pesquisa, pois permitem a interação com o consumidor de forma longitudinal e assíncrona. Sem dúvida, essa é uma ferramenta que nos ajuda a nos conectar com os consumidores, entendê-los melhor e analisar suas decisões de compra e avaliações de produtos.
Na pesquisa de mercado, existem inúmeras ferramentas capazes de coletar opiniões e hábitos dos consumidores para detectar preferências e fornecer um raio-x da situação atual, além de tentar prever eventos futuros.
Na AINIAFORWARD, empregamos as metodologias mais inovadoras para realizar pesquisas de mercado que nos permitem entender os consumidores, seus hábitos, costumes, opiniões e percepções, sempre colocando o consumidor no centro de nossa pesquisa, mudando de uma visão focada no produto para uma visão focada no consumidor. Como explicamos em nosso artigo “Por que uma Estratégia Focada no Consumidor é Essencial? Inovação a partir da Perspectiva do Consumidor”, essa estratégia é crucial para implementar estratégias de inovação ou melhorias em produtos, pois baseia qualquer estratégia nas percepções, hábitos e atitudes dos consumidores finais.
Nossas próprias ferramentas de Social Listening, para detectar tendências e percepções sobre marcas e produtos nas redes sociais e canais digitais, e novas metodologias como o Mission Control, para entender a experiência de compra e consumo dos consumidores na vida real através de um aplicativo móvel, são algumas das ferramentas utilizadas pela AINIAFORWARD para realizar suas pesquisas.
Mantemos nossa própria linha de P&D no desenvolvimento de novas metodologias para analisar e interpretar o comportamento do consumidor com base na economia comportamental e no design thinking. Esta pesquisa é apoiada pelo IVACE por meio de um programa destinado a impulsionar a P&D em institutos tecnológicos.
